sexta-feira, 25 de junho de 2010

IDÉIA CLÁSSICA

 O poema quer nascer;
 Mas a turbulência das antenas
 Pode alterar o fulgor
 Do poeta

 Como parir o poema
 Se a lucidez inválida do cérebro
 Pode transgredir a paixão
 Ao avesso?
 A idéia clássica
 De versejar o adverso do verso
 Abocanha a fome nos alvos andaimes
 Do amor eterno

 Os meus versos
 Comungam a versão original
 Dos poemas férvidos e dilacerados
 Na caduquice...

 Escrevo em desalinho;
 Mas envolto à travessia mirabolante
 Da tragédia impoluta dos céus
 Na esquina da lua.
 Não procurem à lógica
 Na ilógica dos versos impróprios,
 Pois desnorteio o vácuo
 No obtuso dos teus olhares

o II

 O poema madurou.
 E o delírio delinqüente desliza
 Nas veias do poeta da loucura
 Na brutal distância

 Uma história clássica
 Revolucionou a vida do poeta;
 Mas o surto tripudiou
 A emoção.
 O poema nasce
 Impondo tempestades invariáveis,
 Pois o segredo desastrado
 Desvela a dor

 Constituo o teu amor
 Na minha plácida manhã defunta;
 Mas eu destilo à tua procura
 No juízo celestial...

(por Fabiano Montouro)










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