Sou um pasto deserto
Sem bois, sem cavalos a relinchar
E uma estrada gorda de pedras
A me tropeçar.
Corro o risco de morrer
Sem ter estado vivo,
Pois sou o absurdo sem nexo
Sou uma gaivota sem asas
Insistindo em voar
Mais alto que as estrelas.
E a desesperança letal
De sempre estar contido
No universo do meu verso:
Sou estrofes dos meus destroços!
Sou um carro enguiçado
Na praia de Copacabana
Submerso nas ondas do teu mar.
E sem nenhum conserto,
Eu me afogo nas minhas lágrimas!
Morro no âmago de mim
E em fora no mesmo instante...
Sou um fogaréu
Ardendo os pensares vis
No absinto das idealidades;
Mas o corpo já está quase gélido...
(por Fernando Pellisoli)
Nenhum comentário:
Postar um comentário