quarta-feira, 30 de junho de 2010

MEUS DESTROÇOS

Sou um pasto deserto
 Sem bois, sem cavalos a relinchar
 E uma estrada gorda de pedras
 A me tropeçar.
 Corro o risco de morrer
 Sem ter estado vivo,
 Pois sou o absurdo sem nexo

 Sou uma gaivota sem asas
 Insistindo em voar
 Mais alto que as estrelas.
 E a desesperança letal
 De sempre estar contido
 No universo do meu verso:
 Sou estrofes dos meus destroços!

 Sou um carro enguiçado
 Na praia de Copacabana
 Submerso nas ondas do teu mar.
 E sem nenhum conserto,
 Eu me afogo nas minhas lágrimas!
 Morro no âmago de mim
 E em fora no mesmo instante...

 Sou um fogaréu
 Ardendo os pensares vis
 No absinto das idealidades;
 Mas o corpo já está quase gélido...

(por Fernando Pellisoli)

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