Não vejo mais
O meu castelo de areia,
Nem vejo mais em mim
A alma que se desmancha.
Não vejo mais as estrelas
Que são sóis vistos de perto.
Nem vejo mais o amor
Nos meus olhos encerrados.
Não vejo mais
O sorriso destas flores
Que são tristes e murchas,
Nem vejo a rua...
Não vejo mais
A lua dos namorados,
Nem vejo a cidade maravilhosa
Dos meus sonhos
Que viraram pesadelos...
Não vejo mais o mar
Na impetuosidade dos surfistas,
Nem vejo um olhar
Que me faça renascer
Das cinzas do meu funeral.
Não vejo mais
O teu sexo ausente!
Não vejo mais
Os suspiros dos cisnes
E as baladas da noite,
Nem vejo a beleza
Do teu corpo de sereia.
Não vejo mais
A alegria no meu verso,
Nem vejo o coração
Pulsar dentro do peito.
Não vejo mais
A luz que ilumina
Os meus ais!
Não vejo mais
O interesse das coisas,
Nem vejo o profeta
Anunciar um novo mundo?
Não vejo mais
A ecologia governar
Os destroços da natureza,
Nem vejo o amor
Começar na libido
De uma nova história.
Não vejo mais
A minha inocência...
(por Fernando Pellisoli)
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