Se pra morrer eu não tenho jeito,
Descrevo o amanhã entupido de destroços.
Já que eu não sou perfeito
Na minha carne e nos meus ossos.
Agüento este vórtice de alucinações
Desintegrando os defeitos da minha alma,
Visualizando esféricas inalações
De um burro emburrado
[e sem calma.
Aumento o teor da minha dor
No desperdício do meu tempo precioso,
Pois eu (sem a fábula do teu amor)
Sou preguiçoso e ocioso...
Se pra morrer eu não tenho jeito,
Descrevo o amanhã entupido de destroços...
(por Fernando Gomes)
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