quarta-feira, 30 de junho de 2010

VERSINHO II

 Sou um fruto podre
 Em cima da geladeira,
 E a luz que se apagou intensa
 De inúteis claridades.
 Sou o choro de criança
 Que se perdeu dos brinquedos
 E da morte do pai...

 Sou a crise econômica
 Negociando os meus desenganos,
 Onde o tempo me ronda
 Intempestivamente.
 Sou o desafeto dos amores
 Na rixa do meio-dia;
 Na desventura da meia-noite...

 Sou a Internet
 Navegando mundo afora,
 Acessando um Site neológico.
 Tudo é indigesto
 Nesta meia-tarde defunta,
 E o gesto não justifica
 Um novo amanhã...

 Sou a lua enamorada
 Enluarando os amantes
 Sem tocá-los.
 E na dispersão da louca vida...

(por Fernando Pellisoli)

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