Não quero do meu poema
A cristalização das palavras sem sentido
Não quero distanciar meu discurso tolamente refinado
Da consciência dos pobres e dos humildes
Que procuram decifrar meu hermetismo desequilibrado
Estou ainda cheio de graça
Pra compor os meus poemas de lucidez
Que atestam a presença iluminada do meu povo heróico
E me vejo refletido no brilho estelar
Das constelações
Dos meus novos amanheceres
Quero ser a polpa das frutas
E que elas sejam apodrecidas no sumo deste amor
Neste abismo que é o meu povo ruminando dentro de mim
Estas histórias de estremecer a minha alma
E a minha pátria de ilusões
Quero ser tão simples
Como a água transparente das nascentes
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