domingo, 14 de fevereiro de 2010

MEUS VENDAVAIS

Os ventos da minha vida
São fantasmas de solidões não resolvidas

As pedras que me tropeçaram nos caminhos tortuosos
São os meus carrascos voluptuosos
Atravessando e espetando as flores do meu coração de ilusões

Vendavais que ferem o meu rosto
E dilaceram de escárnio o meu corpo indolente

Minhas crises existenciais
São boleros que se perderam no ritmo desajustado das pistas
E me fazem desfalecer de tristezas escarpadas

Meus ventos de agonia
- estante de livros espiritistas envelhecidos!

Folhas ressequidas e esparramadas pelo chão
São os meus sonhos imaturos dispersos num tempo sem fim
Anunciando meus verões férvidos de lucidez plena
Só para sofrer lentamente meu desamor

Vendavais lucíferos
Que se apropriam do meu coração ingênuo

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