Descrevo estas imagens
Descolorindo os meus desenhos aquarelistas;
Mas os meus sonhos são miragens
De pinturas congressistas...
Os traços sutis e sinuosos,
Das canetas de nanquins sobre as aquarelas,
Desvelam os oníricos formosos
Na tintura das caravelas...
Os movimentos precisos,
De uma espátula lancinante e flexível,
Representam os meus ávidos avisos
De um vermelho inflexível...
Como queima a pintura
Nos seus coloridos frenéticos amarelados;
Mas o gesto da minha procura
São marrons vedados...
Sou um artista plástico
Temporariamente desativado do mercado;
Mas o meu desespero é elástico
E me dói um bocado...
Eu sou um aquarelista
Como um simplório poeta das massas;
Mas eu sou um artista descritivista
No bucólico das praças...
A mística da minha aquarela
É devaneio da dualidade do meu amor abafado,
Pois o insólito amor que eu sinto por ela
Ainda não está acabado...
II
A plasticidade das cores
Retratam as imagens pictóricas do meu Carma;
Mas o aprofundamento das minhas dores
Aproxima-me do meu Darma...
Desenho imagens fictícias
Em papel italiano apropriado às minhas aquarelas;
Mas o desfecho de todas as sevícias
São estas vagas caravelas...
A essência da minha pintura
É a tecnicalidade desprovida de ensino superior,
Pois sou autodidata de vida imprópria e dura
De uma cidade do interior...
Sou um artista original
Criador do meu próprio desenho abstrato,
E a minha forma ondulada é um sinal
Do meu jeito, do meu trato...
Pinto o meu universo
De imagens mediúnicas da paranormalidade;
Mas é na poesia vibrante do verso
Que eu deflagro a minha perplexidade...
(por Fernando Pellisoli)
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